[Egipto] 30 de 45 dias

Em volta das escavações levadas a cabo pela equipa francesa em Sakkara, há três destes guardas armados, montados a camelo e posicionados no topo dos montes mais altos que rodeiam o local.
Já lá vai quase um mês desde a minha última "aparição"...muito muito trabalho e posso com toda a honestidade afirmar que em 30 dias, só tive um dia de folga...em que aproveitei para apanhar o comboio até Luxor, numa viagem de cerca de 750km ou 10 horas ao longo do Nilo, a apreciar o Egipto profundo.

Irukaptah foi o "chefe Talhante" faraónico do início da 5ª Dinastia, o seu túmulo é famoso pelas cenas do quotidiano da sua especialidade.

vir aqui seria absolutamente necessário...passar pela casa onde Howard Carter bebeu o chá das cinco enquanto se preparava para mais um dia de escavações em busca de Tutankhamon.

a zona da antiga Thebes, capital do antigo alto Egipto é conhecida por ser um destino popular turístico durante o período clássico...o local prolifera de graffitis em grego e latim.

foram 10 horas e 750 Km de viagem de comboio em 2ª classe (e tudo o que isso implica no Egipto) ao longo do Nilo

num aglomerado de túmulos ligeiramente afastados do faraó, ficam sepultados os súbditos mais chegados...o manicure, o talhante, o escriba...esta é a saída do túmulo de Irukaptah, o chefe talhante

ao longo das férteis margens do Nilo, são estes palmeirais e plantações que dão sustento à populações à milénios.

esta fotografia, tirada por volta da meia-noite de um normal dia de semana, retrata o dia-a-dia (ou será o noite-a-noite) dos cairenses mais pobres - uma vez que nenhum egípcio com um curso superior ousaria ser conotado com a "ralé de Attaba"

aqui pode-se encontrar de tudo um pouco, desde a falsificações de boa qualidade a cuecas tipo "para-quedas", passando pelos tecidos lustrosos, móveis, carne, bolos, lustres...

em pleno século XIX o egipto era alvo de excursões vindas maioritariamente de frança e inglaterra, este senhor W. Boggie em 1820 achou por bem acrescentar o seu nome a um mural faraónico no templo de Luxor.

Hieróglifos no templo de Luxor

numa interessante mescla de arquitecturas, os árabes aproveitaram à 800 anos os alicerces desde milenar templo faraónico em Luxor para construirem o seu local de devoção.
Uma nota à parte: foi-me dito que a palavra inglesa "mosque", em português: mesquita deriva de uma palavra em latim que quereria dizer "lugar dos mosquitos", numa alusão em tom de troça ao cheiro que emana destes sitios onde caminhantes são obrigados a descalçar-se. O nome correcto em Árabe é "Mes'Get".
Prometo contar nos próximos dias as peripécias e as introspeções colecionadas até agora nestes 30 dias no Mundo Antigo... serão mais 15 e no dia 19 deste mês espero estar a chegar à Portela.
1 comentário:
Viva, caro relógio.
Fotos interessantes. Seria também interessante descreveres a dita viagem de comboio. Sou grande fã de comboios e acho que tal viagem deve aproximar-se de uma epopeia. E olha que eu já fiz Algarve - Porto em segunda classe, com triple booking! :)
em relação à palavra "Mes'Get", é interessante ver como a nossa palavra "mesquita" se aproxima muito mais do que o inglês... talvez pelo que referiste (moscas e afins!)
Faz uma boa viagem de volta!
Ass.
O Rabejador
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